A classe dos corticóides é muito utilizada em casos críticos de inflamação causada por doenças de pele. Em procedimentos estéticos a vermelhidão também é comum, como em microagulhamento, peelings e laserterapia.
Nestes casos temos ferramentas dermocosméticas para reduzir a vermelhidão.
Primeiro é importante definir o veículo do produto que vai ser aplicado, segundo devemos separar entre aplicação em clínica e homecare. Se o procedimento foi profundo, a probabilidade de ardência é maior e nesse caso sempre indico veículos anidros, ou seja, sem água para que não haja ardência. Todo profissional deve ter um sua clínica uma mistura de óleos vegetais geleificada com uma silica chamada Dowsil VM-2270. Trata-se de uma silica que consegue geleificar vários tipos de óleos vegetais e pode ser adquirido em Farmácias de Manipulação. O óleo vegetal fica a escolha do Profissional, pode ser um simples óleo vegetal ou uma mistura deles. As frações de ácido oleico, linolênico e linoleico contribuem para uma ação anti-inflamatória e regeneradora.
Homecare
Para o paciente utilizar em casa, recomendo um dos ativos mais potentes no quesito redução de vermelhidão. O Rasavin foi testado vs Hidrocortisona e apresentou um efeito similar na redução de eritema induzido.
Rosavin é fabricado pela Bioland, uma empresa Sul Coreana. É um ativo para uso tópico extraído do rizoma de Rhodiola rósea (sin. Sedumrosea) e se mostrou capaz de reduzir significativamente a liberação de histamina e substância P em mastócitos e neurônios sensoriais, o que sugere uma capacidade de reduzir a inflamação neurogênica estresse induzida.
A substância P é essencial para uma fina regulação da resposta imune cutânea e manutenção e reparo tecidual. Em resposta a um estímulo nocivo, a substância P leva à vasodilatação e degranulação de mastócitos, originando o processo conhecido como inflamação neurogênica (Diemantet al., 2008).
Os mastócitos sempre estiveram relacionados a alergias devido seu elevado conteúdo de histamina e triptase, porém, recentemente, também com regulação da imunidade e inflamação graças à síntese e liberação de numerosas citocinas e quimiocinas (Theoharides, 2017).
Em estudos in vitro conduzidos pela Bioland, Rosavin mostrou ser capaz de reduzir a liberação de substância P e histamina.
Ação Antioxidante
No estudo conduzido por Calcabriniet al. (2010), o extrato de R. rosea foi capaz de aumentar de maneira tempo e dose dependente a atividade do complexo multienzimático PMOR (plasma membrane oxido reductase) em cultura de queratinócitos, o que contribui para a regulação da homeostase redox celular.
Ação Anti-inflamatória
Em um estudo in vivo, a tintura de Rhodiola rosea mostrou efeito inibitório contra inflamação aguda e subaguda e também apresentou atividade inibitória sobre as enzimas COX-1, COX-2 e PLA2, de maneira concentração dependente (Poojaet al., 2009).
Ação Neuroimunomodulatória para Cuidados de Peles Sensíveis
Diemantet al. (2008) avaliaram o potencial terapêutico da associação L-carnosina e Rhodiolarosea para peles sensíveis. Ao todo 124 voluntários com pele sensível, participaram do estudo e o grupo intervenção (n=62) aplicou a formulação com L-carnosina/R. rosea, 2 vezes ao dia durante 28 dias consecutivos.
Houve efeitos protetores sobre a função barreira cutânea e a a eficácia clínica foi avaliada pela redução da perda de água transepidermal, percepção positiva quanto à melhora da desidratação cutânea e sensação de conforto e redução da sensação de desconforto após o teste cutâneo.
Gosto de associar o Rosavin 0,2% com Actiglucan 5%, que apresenta eficácia garantida em peles sensíveis, com vermelhidão e danos na barreira cutânea, devido à sua composição com Aloe vera, 1,3 e 1,6-betaglucano, glicerina e ácido hialurônico e também com Defensil Plus 5% que previne o aparecimento de sensibilidade cutânea, reduz processos inflamatórios e alérgicos na pele, reduz irritação em peles com necessidade de regeneração e favorece a recuperação de peles lesadas. Essa tripla associação faz com que ele seja capaz de recuperar a função barreira da pele e aliviar os processos inflamatórios.
Espero ter ajudo os Colegas Profissionais que realizam procedimentos estéticos que geram vermelhidão na pele. Abraços!
Lucas Portilho
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